Anvisa Aprova Mounjaro para Obesidade: Alta Demanda e Concorrência no Mercado de Emagrecimento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da obesidade e sobrepeso no Brasil. Até então, sua utilização era restrita ao diabetes tipo 2. No entanto, com a nova aprovação, houve um aumento expressivo na demanda, além de uma intensificação da concorrência no mercado de medicamentos voltados à perda de peso, como o Ozempic.

Aprovação e Indicações

A Anvisa publicou a decisão no Diário Oficial da União, com isso, ampliou oficialmente a indicação do Mounjaro. Desse modo, o medicamento pode ser prescrito para adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 (obesidade), bem como para aqueles com sobrepeso (IMC a partir de 27) que apresentem ao menos uma comorbidade associada, como hipertensão, colesterol alto ou pré-diabetes.

Além disso, a aprovação foi fundamentada nos resultados do programa SURMOUNT, pois um conjunto de sete estudos clínicos de fase 3, que envolveram mais de 20 mil pacientes ao redor do mundo. Ou seja, trata-se de uma decisão embasada em evidências científicas consistentes.

Como Funciona o Mounjaro

O Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, atua em dois hormônios fundamentais para o controle do apetite e da glicose: o GLP-1 (semelhante ao Ozempic e Wegovy) e o GIP (peptídeo inibidor gástrico). Graças a essa ação combinada, promove uma maior sensação de saciedade, retarda o esvaziamento gástrico e, consequentemente, contribui para a redução dos níveis de açúcar no sangue. Com isso, gera uma perda de peso significativa.

• Administração: Aplicações injetáveis semanais.

• Dosagens disponíveis: 2,5 mg e 5 mg.

• Efeitos colaterais comuns: Hipoglicemia, náuseas e desconfortos gastrointestinais.

Em outras palavras, o Mounjaro age no organismo de maneira integrada, atacando múltiplos fatores relacionados ao ganho de peso.

Preço e Acesso

O tratamento com Mounjaro envolve custos elevados. Por esse motivo, a Anvisa exige retenção de receita médica para sua aquisição, garantindo maior controle e segurança no uso. Uma caixa com quatro canetas, que equivale a um mês de tratamento, possui os seguintes valores aproximados:

Enquanto isso, o acesso por meio de programas de fidelidade tende a aliviar parte dos custos para o paciente, já que o tratamento ainda é considerado de alto valor.

Impacto no Mercado e Demanda

A aprovação do Mounjaro aumentou ainda mais a competição no já aquecido mercado de medicamentos para perda de peso, que conta com opções como o Ozempic e o Wegovy. Antes mesmo da liberação oficial para obesidade, o uso “off-label” já havia gerado uma forte procura, o que levou a relatos frequentes de escassez em farmácias.

Diante desse cenário, a Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, já havia previsto uma demanda sem precedentes.

Além disso, a inclusão formal do Mounjaro na bula para obesidade pode facilitar o reembolso por parte de hospitais e convênios, de acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

Paralelamente, a substância semaglutida — base do Ozempic e Wegovy — está sob consulta pública para possível inclusão no SUS, o que demonstra a crescente preocupação nacional com soluções eficazes para o tratamento da obesidade.

Por fim, a tendência é que mais medicamentos inovadores sejam analisados e, eventualmente, aprovados para compor o arsenal terapêutico contra a obesidade no Brasil. Com isso, pacientes e médicos passam a contar com mais opções para tratamentos personalizados e eficazes.

Fontes

• Anvisa aprova uso de Mounjaro para tratar obesidade, BHAZ.
• Anvisa aprova uso do Mounjaro em tratamentos para emagrecimento – Noticias R7, R7.
• Anvisa aprova Mounjaro para tratar obesidade e sobrepeso com comorbidade, Band.
• Anvisa aprova Mounjaro para controle da obesidade; veja restrição, sampi.net.br.
• Anvisa aprova uso de Mounjaro para tratamento contra obesidade, Poder360.