O Brasil tem observado um aumento preocupante nos casos de Influenza B desde o início de agosto, com o vírus sendo responsável por uma parcela significativa das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) e mortes associadas. Este cenário ressalta a importância da conscientização sobre os sintomas, prevenção e tratamento, especialmente para grupos de risco, visando mitigar a propagação e as complicações da doença.
Principais Pontos
- A Influenza B, um dos vírus da gripe, tem mostrado um aumento notável de casos no Brasil desde agosto.
- Representa 12% dos casos de SRAG e 13% das mortes relacionadas à doença no país.
- As regiões Sudeste e Sul são as mais afetadas, com pico de detecção em outubro.
- Apesar do aumento recente, laboratórios privados indicam uma tendência de queda na circulação do vírus.
- A vacinação anual é crucial, pois a fórmula é atualizada para as cepas circulantes.
O Que é a Influenza B?
A Influenza B, ou gripe B, é uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus influenza tipo B. Diferente da Influenza A, que pode afetar diversas espécies e causar pandemias, a Influenza B atinge principalmente humanos e mamíferos marinhos, com menor potencial pandêmico devido a poucas mutações. Os sintomas são semelhantes aos de outros tipos de gripe, mas a intensidade pode variar.
Sintomas e Complicações
Os sintomas da Influenza B surgem subitamente, geralmente 48 horas após o contágio, e incluem:
- Febre alta (acima de 38 °C)
- Dores musculares e nas articulações
- Dor de garganta
- Dor de cabeça
- Tosse seca e intensa
- Calafrios e mal-estar
- Congestão nasal e coriza
- Náuseas, vômitos e diarreia (especialmente em crianças)
- Fadiga e prostração
Complicações graves, como pneumonia e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), podem ocorrer, especialmente em grupos de risco, podendo levar à insuficiência respiratória e, em casos extremos, ao óbito.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico preciso da Influenza B é feito por meio de exames laboratoriais que analisam amostras de secreção da garganta. No entanto, em casos graves ou de risco, o tratamento pode ser iniciado antes mesmo do resultado do exame.
O tratamento visa aliviar os sintomas, utilizando analgésicos e antitérmicos. Para pacientes com maior risco de agravamento, o antiviral oseltamivir (Tamiflu) pode ser indicado nas primeiras 48 horas do início dos sintomas. Repouso e hidratação são fundamentais para a recuperação.
Prevenção é a Chave
A prevenção da Influenza B segue as mesmas diretrizes de outras gripes, com atenção redobrada:
- Vacinação: A vacina quadrivalente protege contra as cepas Yamagata e Victoria da Influenza B. A vacinação anual é recomendada, pois a fórmula é atualizada para as cepas circulantes.
- Higiene: Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou use álcool em gel.
- Evitar Contato: Mantenha distância de pessoas infectadas e evite tocar o rosto.
- Hábitos Saudáveis: Mantenha uma dieta equilibrada e beba bastante água.
- Ambientes: Evite locais fechados e com aglomeração de pessoas.
- Etiqueta Respiratória: Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar.
Grupos de Risco
Alguns grupos são mais vulneráveis à Influenza B e suas complicações:
- Crianças menores de cinco anos (especialmente menores de dois)
- Adultos acima de 65 anos
- Grávidas
- Pessoas com sistema imunológico comprometido
- Portadores de doenças crônicas (asma, diabetes, doenças cardíacas ou renais)
- Obesos com IMC igual ou superior a 40
- Residentes em casas de repouso
Para esses grupos, a busca por atendimento médico deve ser imediata ao surgimento dos sintomas.